sexta-feira, 27 de março de 2009

Violência de Gênero







Equipe:

Anderson Rodrigues

Cisele Ramos

Isamara Roque

Rafaela Lima







Entrevista: Violência de Gênero

Entrevistada: Gabriela (23 Anos) Profissional Do sexo

* Qual sua naturalidade?

Jequié –Ba

* Você é casada, tem filhos?

Não, Não tem filhos só tenho namorado.

* Você sofreu algum tipo de violência sexual na infância ou adolescência?

Não, graças a Deus.

* Quando você perdeu a virgindade e da pessoa você lembra?

Eu tinha 15 anos, lembro não foi meu namorado não foi carinhoso.

* Essa experiência deixou marcas negativas nas experiências que você teve posteriormente?

Trouxe com certeza.

* Qual seu grau de escolaridade?

1º Grau completo, atualmente estudando 1ª serie do segundo grau à noite.

* Você já trabalhou em outras profissões, Quais?

Vendedora de loja de bijuteria, Baba, Cuidar de idosos.

* Sua família mora em Salvador?

Meus pais moram no interior, em salvador moro com minha irmã. E meus tios moram em Salvador.

* Seus familiares sabem onde você trabalha?

Não nem minha irmã, nem meus pais, nem meus tios.

* Seu namorado sabe onde você trabalha?

Não

* Isso é medo do preconceito por isso você não fala?

Sim, com certeza por ser um mundo moderno existe o preconceito da prostituição da raça, homossexual .

* Já teve relacionamentos que não tiveram continuidade devido a ser profissional do sexo?

Sim já, descobriu e me chantageou pedindo para optar ou o trabalho ou eu mas o relacionamento não valeu a pena.

* Você identifica em seus tios irmã alguma forma de preconceito?

Sim, por isso não consigo revelar onde trabalho.

* Ainda hoje séc. XXI pais, tios, trazem filho virgem com objetivo da inicialização sexual?

Trazem, 18, 19 anos.

* Nos meses com maior movimento quantos clientes você atende durante um dia de trabalho ou seja o seu maximo em um dia?

Foram 18 clientes.

* Já teve clientes que utilizou de subsídios violentos, agressão física, racial e que denegrisse sua pessoa?

Eles acham que estão pagando, quer tirar onda, mas eu consigo contornar, mas não sofri agressão física nem racial.

* Já houve clientes que utilizaram de meios violentos para não utilização de preservativo?

Não, chegam alguns aqui,por mais que seja garota de programa eu procuro me cuidar eu me amo eles não querem usar preservativos como eu sou paciente consigo contorna a situação, eles ficam chateados mais o que eu posso fazer.

* Já foi ludibriada no uso do preservativo pelo parceiro sem a sua aquiescência?

Não, mas com colegas já elas sempre alerta a nós.

* Preconceito social, quem é sua melhor amiga onde você desabafa conta seus problemas?

Minha madrinha, mas também ela não sabe onde eu trabalho.

* Ser profissional do sexo foi opção, necessidade, como foi a primeira vez, alguma amiga te incentivou?

Eu estava em casa, tenho pouco tempo nesta área começou em maio de 2008 depois dei uma parada e voltei em novembro de 2008, falta de opção de trabalho o oferta de trabalho caiu muito em salvador, se eu encontra-se um trabalho com carteira assinada deixaria e não sofreria do preconceito pela profissão, uma amiga que me trouxe, ela trabalhava aqui tenho gastos com café da manhã, almoço, preservativo,remédios tudo por nossa conta o único apoio é o espaço físico.

* Já foi vitima de trafico de mulheres ou ficou retida como escrava em algum local?

Não

* Você já recusou algum cliente por quê?

Mesmo que eu queira aqui não tem isso, tenho que pagar o valor do programa na recepção. Clientes com falta de higiene.Toma banho mas é mesma coisa de não ter tomado.

* Você tem orgamos quando está se relacionando com os clientes?

Já tive, mas precisa rolar uma química uma atração.

* Qual sua opção sexual?

Hetero, só faço programa com homens, mais faria com mulher se fosse uma grana legal que eu recebo é muito pouco por isso não faço anal, nem envolvimento.

* Você trabalha com carteira assinada, faz recolhimento do INSS?

Não, não estou recolhendo o INSS mas pretendo recolher.

* Qual seu maior sonho?

Comprar uma casa e terminar meus estudos.

* O que você espera pela valorização da sua classe o que poderia melhorar em termos governamentais?

Que fosse criada uma lei contra a discriminação da profissional do sexo (preconceito) como existe no caso da discriminação racial.

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Em pleno séc. XXI a mulher ainda é exposta a preconceitos e discriminações, disputas, competições profissionais, onde os diversos fatores relacionados aos tópicos: Mulher X Trabalho, Religião, Racial e Social, Idade, Femicidio, Mortalidade Materna, Prostituição, Tráfico de mulheres, retratam um relevante problema social visto que o preconceito e a violência são aspectos que estão diretamente relacionados com a violação dos Direitos Humanos.

Consideremos que hoje no Brasil a vitimização das mulheres que eram apresentadas como sujeitos passivos da violência dos homens, da indústria da beleza, do sistema de justiça, da mídia e de outras instâncias da vida social, ainda continuam. Por isso, lembramos da importância do movimento feminista com sua atuação, de importante relevância a considerar que as mulheres que foram capazes de desenvolver atitudes adequadas de autonomia e poder para mudar tais papéis e a situação de violência na qual se encontram, podendo se livrar das práticas discriminatórias, encontrando caminhos para restaurar direitos e praticas libertárias, além disso, violência, poder e conflito transformam-se em problemas de falta de confiança e baixa auto-estima para a mulher.

O enfrentamento da violência de gênero, a superação dos resquícios patriarcais, o fim desta ou qualquer outra forma de discriminação não se darão apenas através da punição prevista na Lei Maria da Penha, pois ai o fato gerador já foi consumado. Consideramos que os estudos sobre violência contra as mulheres no Brasil tem feito importantes contribuições para a visibilidade e a compreensão desse fenômeno. Os Mapeamentos das queixas os debates sobre a posição da vitima e as investigações feita pelo sistema policial e Judiciário tem-nos revelado que a violência contra as mulheres é um sério problema na sociedade brasileira. Por isso, precisamos formar e estimular pessoas que atuem como multiplicadores a levar informações em associações de bairros, centro comunitários, Escolas, Universidades, assim como políticas de enfrentamento a violência e o fortalecimento da rede social comunitária, Ongs. Contribuindo com essas mulheres para o aumento de sua auto estima, dignidade e respeito. Precisamos compreender melhor não apenas o papel das mulheres nas relações de violência assim como o papel dos homens. É importante vislumbrar com a construção social tanto da feminilidade quanto da masculinidade, como estamos formando o caráter e a personalidade dos homens do futuro?

Um comentário:

  1. Observo o seguinte: a prostituição pode ser considerada um problema social, porém, a prostituta, a pessoa humana e a profissional, deve ser respeitada no exercício de sua profissão. Acho que há um risco de, ao atacar o problema social, destruir a pessoa. São coisas distintas.

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