terça-feira, 24 de março de 2009

Violência sexual, não se justifica!



Equipe:

Caroline Mota
Lívio Rios
Monise Luz
Ricelnara Oliveira
Thamires Lima









ENTREVISTA

Entrevista feita com S.R.C. moradora de Santo Amaro, tem 24 anos de idade, mãe de uma filha, sofreu violência sexual aos 18. Hoje é casada e trabalha em um supermercado da cidade.

Bom dia S.R.C., gostaríamos de fazer algumas perguntas em relação ao tipo de violência sofrida.

1- Qual o tipo de violência sofrida por vc?
SRC- Violência sexual, estupro.

2- Quantos anos você tinha e como estava se trajando no momento?
SRC- Eu tinha dezoito anos, estava voltando do aniversário de uma amiga sozinha, era mais ou menos umas 23:00 hs, estava usando um vestido.

3- Como foi a agressão e quem era o agressor?
SRC- Como disse estava a caminho de casa, quando percebi um homem me seguindo. Comecei a andar mais rápido, mas ele me acompanhava na mesma proporção. Em uma rua menos movimentada ele me agrediu com um empurrão, mandou calar a boca, deu um tapa na minha cara e rasgou meu vestido e ( a entrevistada deu uma pausa, demos cinco minutos para continuar a entrevista). Ela pede desculpas e diz que até hoje não sabe quem é o agressor.

4- Qual foi sua atitude após ser violentada?
SRC- Fui para casa desesperada, depois junto com minha mãe decidir ir a delegacia. Prestei queixa, mas até hoje a policia não descobriu quem é. E aqui em Santo Amaro não tem delegacia da mulher.

5- Você conseguiu se relacionar facilmente com outro após o acontecido?
SRC- Não, foi um trauma muito grande para mim. Fiquei por mais ou menos dois anos sem conseguir me aproximar de um outro homem. Com o passar dos anos fui superando o trauma.

6-Como está sua vida atualmente?
Hoje estou bem! Muitas vezes me recordo daqueles tristes momentos e ainda choro, mas encontrei um companheiro que me entende e me respeita acima de tudo, tenho um filho e apesar de tudo conheci uma família.

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Estupro: Talvez o pior dos abusos


A violência contra a mulher é algo que existe desde o início dos tempos, mas fica a dúvida, porque violentar as mulheres? Por que os homens não são violentados da mesma forma que a mulher? A resposta para essas perguntas talvez esteja na forma como a sociedade foi acostumada a ver a mulher, desde o início dos tempos, sempre submissa, em casa cuidando das crianças e o marido buscando o sustento familiar. Então percebe-se que pelo fato de existir uma sociedade patriarcal os homens se sentem mais importantes do que a mulher e acham que tem o direito de abusar delas. Com o passar do tempo esse cenário se modificou, pois as mulheres estão cada vez mais independentes, porém ainda existem casos de violência, mas hoje as mulheres têm a quem recorrer, pois no dia 7 de agosto de 2006 surgiu a Lei “ Maria da Penha” que veio assegurar mais proteção para as mulheres contra as agressões sofridas.
O estupro é uma das formas mais comuns de violência contra a mulher, é um abuso sexual que traz a mulher traumas físicos e psicológicos. E muitas vezes quando se dá queixa deles, que chegam à delegacia, alguns dizem que foram elas que provocaram, pois estavam vestidas de forma provocante. Os homens vêm abusando as mulheres sexualmente cada vez mais cedo, hoje em dia é comum os casos de estupro contra crianças e adolescentes, agora imaginem, como é que uma criança cresce com um trauma tão grande em mente. Talvez ela deixe de se interessar por homens, vai ser mais difícil o relacionamento com outro, dessa forma deixando de ter a intenção de construir uma família, e conseqüentemente perdendo sua autoestima.
A mídia vem divulgando inúmeros casos de estupros contra menores, alguns casos quem abusa da criança ou adolescente é o padrasto, e o pior o pai. Houve um caso de estupro a mais ou menos um mês atrás (entre os dias 26 e 28 de fevereiro), que foi lamentável. O caso da menina de 9 anos que foi abusada sexualmente pelo padrasto e ficou grávida de gêmeos. Nos questionamos: com que condições físicas e psicológicas uma criança de 9 anos iria gerar e cuidar de mais duas? No mínimo ela seria levada a óbito. Tendo essa visão, médicos e autoridades brasileiras decidiram que o melhor a ser feito era um aborto, o que não agradou a igreja que decidiu excomungar todos os que participaram do ato, e o que é mais intrigante o padrasto (agressor) não recebeu esse castigo, será que o crime dele foi pouco?
Porém não existe apenas a violência sexual, existem inúmeras outras, como a doméstica, familiar, física, psicológica entre outras. Que elas não deveriam existir, isso é fato, mas já que existem, também existe um meio de tentar parar os agressores, só que para isso acontecer é necessário que a mulher não se curve a nenhuma humilhação e denuncie SIM!

Um comentário:

  1. Essa idéia vaga temporal é um problema. As discussões sobre QUANDO começou geram seminários intermináveis, simpósios exustivos e palestras polêmicas, pois encontrar uma resposta exata não é tão fácil porque a forma de pensarmos também foi moldada. Temos que perguntar não apenas quando, mas onde. Somos herdeiros de que cultura? Quem nos fez ver dessa forma? Como reagimos a essa cultura? Aceitamos ou rejeitamos? Em que momentos temos mais dificuldades?

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