segunda-feira, 23 de março de 2009

Mulheres no Poder







Equipe:
Elaine Loureiro
Francyne
Jozenice Maria
Leidiane Barroso
Nailane Matos







ENTREVISTA


Entrevista feita com a presidente da câmara de deputados da cidade de Camaçari a Srª. Luiza Costa Maia, vereadora já pelo segundo mandato, nascida em Rui Barbosa - Chapada Diamantina, formada em Letras com espanhol e logo após sua graduação entrou na política onde trabalha até hoje.

A EQUIPE: Como você entrou na carreira política?
A VEREADORA: Desde os 13 anos de idade sempre fui uma aluna muito estudiosa e já era militante da Igreja Católica, e já com essa idade alfabetizava adultos com uma visão crítica. Vim pra Salvador e participei de movimento estudantil. Fiz minha graduação e logo em seguida entrei para a política, pois nunca me conformei com injustiças, falta de oportunidade e com a fome no mundo, daí resolvi lutar.

A EQUIPE : Teve alguma influência?
A VEREADORA: Influência de pessoas não, entrei em busca de um regime igualitário. Inclusive minha mãe não era a favor, e sempre estava a me perguntar quando eu ia largar a política, e eu dizia: só quando eu morrer ou quando eu alcançar o Socialismo que é um regime igualitário.

A EQUIPE: Quantas mulheres existem na câmara?
A VEREADORA: Apenas duas mulheres, eu que sou a presidente da Câmara e mais outra. No mandato passado eram cinco vereadoras para um total de doze vereadores, mas infelizmente perdemos três representantes femininas.

A EQUIPE: Qual a cota de mulheres no partido?
A VEREADORA: A cota de mulheres no partido é de 30%. E hoje já discutimos em relação a isso, para que possa aumentar essa cota.

A EQUIPE: Na câmara, existem projetos voltados para as mulheres? Quais?
A VEREADORA: Sim, já fizemos vários projetos para as mulheres e muitos já foram aprovados. Podemos citar a criação do Centro de Assistência a Mulher, a implantação da Delegacia da Mulher, implantação do Banco da Mulher, instalação de uma Lavanderia Popular, criação de bancos de leite humano, e vários outros.

A EQUIPE: O que fazer para que mais mulheres se interessem pela política?
A VEREADORA: Precisamos fazer um trabalho de conscientização com as mulheres, principalmente porque a própria mulher vem de uma cultura machista, criadas como sexo frágil, que nasceram pro lar, etc, daí elas se moldam nisso.

A EQUIPE: Na sua opinião, qual seria o passo inicial para abolir a diferença de gêneros na carreira política?
A VEREADORA: Como o próprio presidente Lula e o nosso prefeito aqui de Camaçari fizeram, trazendo para o estado a responsabilidade de acabar com as desigualdade entre homens e mulheres. Por exemplo no Brasil já existe o Ministério da Mulher e aqui em Camaçari nós temos a Secretaria da Mulher para ajudar no combate a violência. Queremos paridade, igualdade entre homens e mulheres. Tem um poeta que diz: “Quem sabe onde quer chegar, define o caminho a seguir e o jeito de caminhar!” Então eu sei que eu quero a igualdade entre gêneros, entre homem e mulher.

A EQUIPE: Como vereadora e mulher, já sofreu algum tipo de preconceito? Como reagiu?
A VEREADORA: Sim, principalmente como vereadora. Difamação, calúnia, mentira. Não me abalo com isso não, sei o que eu quero e o que eu faço.

A EQUIPE: Sendo uma representante da sociedade, qual a sua opinião sobre o tema “ violência contra a mulher” ?
A VEREADORA: Uma estupidez, um problema sério. Dentre todos os problemas que as mulheres enfrentam, eu acho o da violência pior, porque a violência destrói a mulher psicologicamente e emocionalmente, e uma mulher destruída não é nada.


A EQUIPE: Você já vivenciou esse tipo de violência com alguém bem próximo? E o que fez para ajudá-la?
A VEREADORA: Não. Ninguém tão próximo que eu pudesse ajudar.

----------------------------------------------------------
Violência contra a mulher

Há muitos anos atrás e até hoje, muitas mulheres independente de classe social e econômica, sofreram e continuam sofrendo violência doméstica. Essas violências correspondem a violência verbal, mas na maioria dos casos são agressões físicas. Mas somente agora, em tempos recentes, começou a se falar sobre esse assunto. Essas mulheres começaram a denunciar esses agressores e a não aceitar mais esse tipo de violência. Isso acontece com o surgimento da Lei Maria da Penha, que recebeu esse nome devido a uma vítima da agressão se chamar Maria da Penha. Essa mesma mulher foi agredida covardemente com um tiro na coluna a deixando paraplégica. A partir daí os poderes públicos entenderam que deveriam levar essa lei ao congresso e reconhecê-la.
A violência contra a mulher na verdade sempre existiu e continua existindo. Isso acontece porque muitas dessas mulheres não tiveram e não tem coragem de denunciar seus agressores. Elas se comportavam dessa forma porque se sentiam envergonhadas diante de agressões tão brutais. Então elas decidiam sofrer caladas dentro de suas próprias casas, não permitindo que nem mesmo seus parentes soubessem de tal fato. Essa violência acontece independente de classe social e econômica, onde na maioria das vezes seus agressores são alcoólatras, viciados e em alguns casos psicopatas.
Com o surgimento da Lei Maria da Penha, aprovada em sete de agosto de dois mil e seis, a maioria dessas mulheres agredidas passaram a se sentir mais seguras e procuraram denunciar seus agressores. Mas é preciso ressaltar que ainda existe um grande contingente de mulheres que sofrem esse tipo de violência e não fazem nada, não se sabe o porque.
Violência contra a mulher é hoje um assunto muito polêmico e discutido na sociedade, que graças a Lei Maria da Penha trouxe esclarecimento a todos e principalmente às mulheres que sofrem com esse tipo de violência, e que esta sendo abordado até em novelas que procura conscientizar e informar a todas as mulheres sobre esse assunto.
Desde já, pode se dizer que durante muito tempo inúmeras mulheres sofreram esse tipo de violência. Mas com o passar dos anos esse quadro foi se modificando. O número de vítimas de agressões foi diminuindo gradativamente devido a consciência da Lei Maria da Penha.
Apesar desse quadro ter reduzido, é preciso ainda se fazer um trabalho de esclarecimento e conscientização, para que essas mulheres agredidas não tenham mais medo e denuncie os agressores, podendo viver mais livremente, e para que se chegue a redução considerável de mulheres que sofrem violência, e que possam ocupar seu lugar na sociedade com dignidade.

2 comentários:

  1. Falta entrevista e o texto reflexivo desse grupo.

    ResponderExcluir
  2. Eu escutei a entrevista e a melhor parte está no final. Penso que seria mais contributivo para o público o final da entrevista com a Presidenta da Câmara. A edição, nesse caso, prejudicou o conteúdo. Revejam!

    ResponderExcluir